Leiam e comprovem a qualidade textual das produções dos nossos alunos.
INÚTEIS REVOLUÇÕES
Cara Elisabeth, a quanto tempo não escrevo! Espero que tudo esteja bem por aí. Como bem deve saber, a situação aqui não está nada boa. Logo após o casamento, eu, como camponesa, e toda minha família, fomos expulsos de nossas terras por causa dos cercamentos. Migramos. Todos tivemos que nos habituar as cidades. Mas não há empregos suficientes. Estamos em conflito com os gentry, por causa dos cercamentos, mas como a burguesia mercantil se aliou a eles, estamos perdendo voz.
Estamos fazendo de tudo para retomar nossas terras, mesmo que para isso haja guerra. A situação em nosso país está cada vez pior. Somos perseguidos pelo governo anglicano por sermos anabatistas e discriminados por anglicanos, por sermos pobres e, por isso, eles acharem que Deus não está ao nosso favor. Temo que muitas décadas se passem e eu não esteja mais viva para ver o suplicio do meu povo. Mas, enquanto isso, luto por dias melhores.
Espero poder te ver em breve, amada prima. Saudades de quem não se esquece de ti.
Malvina Julicta.
ALUNA: KALINE CARDOSO
SÉRIE: 2º ANO “A”
CONFISSÃO
Não sei quem você é, mas de uma coisa eu tenho certeza, você será o maior confidente que tive ao longo de minha vida. Vivi em um tempo em que não poderia expressar os verdadeiros sentimentos. Uma distância muito grande me separava do grande amor de minha vida: o Rei Carlos I. Eu, filha de um dos líderes do parlamento que, após algumas divergências, se tornou o maior inimigo do rei.
Não sei detalhadamente os motivos que culminaram na guerra civil, iniciada em 1642. O rei impôs o anglicanismo aos calvinistas, restaurou os impostos. A situação se agravou ainda mais com a dissolução do parlamento. Os calvinistas, revoltados, invadiram a Inglaterra. A guerra foi difícil para ambos os lados, mas principalmente para mim, que estava dividida. Meu coração pertencia ao rei, porém, tive que suportar toda aquela situação em silencio. De tudo, o que mais me doeu foi a sentença dada ao rei. Junto com a vida dele, se foi toda a minha razão de viver.
Estou escrevendo este relato para você que o encontrar dizer ao meu pai o motivo pelo qual decidi tirar minha própria vida. Espero, assim, encontrar o meu único e verdadeiro amor.
ALUNA: MARIA IDELMARA
SÉRIE: 2º ANO “B”
REVIVENDO O PASSADO
Saudações meu companheiro, embora não saiba quem possa ser você, homem, mulher ou até mesmo uma criança. Quero deixar a minha história registrada na mente de alguém antes de me matarem. Sou Carlos I, rei da Inglaterra, ou era até pouco tempo atrás. O meu pai, Jaime Stuart, do qual fui sucessor, durante o seu reinado tentou restaurar o absolutismo, estabeleceu novos impostos e também perseguiu os puritanos, os quais lutavam para que a igreja anglicana fosse purificada dos vestígios do catolicismo. Isso acabou gerando sérios atritos com o parlamento.
Em 1625, meu pai veio a falecer e eu assumi o trono. Continuei com os objetivos do meu pai: restaurei antigos impostos, tentei impor o anglicanismo aos calvinistas escoceses e dissolvi o parlamento. Tinha o poder absoluto, como deveria ser. Os calvinistas escoceses, indignados, acabaram invadindo o território inglês. Eu, forçadamente, convoquei novamente o parlamento, mas foi inútil. Este, devido ao ódio acumulado não acatou minhas decisões e os confrontos acirraram-se provocando uma guerra civil. O meu reinado agora lutava contra o seu próprio parlamento. Foi uma luta difícil e, infelizmente, fui derrotado. Neste momento estou preso em um lugar escuro, numa solidão contínua. Talvez morra em breve. Aliás, tenho certeza. Sei que ter algum dia serei lembrado, não me arrependo de tudo que fiz. Meu objetivo era governar de forma absoluta o meu reino, assim como meu pai. Talvez um dia outro rei se levante com o mesmo objetivo que eu. Quem sabe seja você que neste momento está lendo esta carta. Tenha atitude. Imponha sua vontade.
ALUNA: THATIANA DA SILVA SANTANA
SÉRIE: 2º ANO “C”
VIDA DE ESCRAVO
Aos 20 de setembro de 1630, os malfeitores me acordaram às 5 horas da manha e me obrigaram a trabalhar. Às 7 horas eles deram uma comida horrível, retornei ao trabalho. Às 11:30, já exausto e com muita fome, continuava a trabalhar, carregando um fecho de cana. Com o peso caí, fui levantado e, abaixo de chicotadas, tive de continuar com a luta. Ao meio-dia, me deram um almoço com as sobras da comida da casa-grande. Assim, eu trabalhava 15 horas por dia e, ao anoitecer, era trancado em uma cela e lá era o meu canto de descanso e a minha moradia. Este foi mais um dos meus dias.
ALUNO: FERNANDO ALMEIDA CESÁRIO
SÉRIE: 2º ANO “D”
O QUE É LIBERDADE?
Meu nome é Bastião, sou crioulo, tenho 24 anos. Moro em uma fazenda com o senhor de engenho. Durmo na senzala junto aos outros escravos. Não estou mais conseguindo dormir aqui, pois além do desconforto, o mau cheiro está chegando a ser quase insuportável. Alimento-me muito mal, pela manha como a metade de um pão, geralmente no almoço é feijoada e na janta nos dão restos de comida. Já estou enjoado de comer feijão, mas é o jeito, se não comer...morro de fome.
Meus pés são muito rachados, pois não tenho o que calçar, só ano decalço, num sol de matar. Uso uma bermuda velha e rasgada, mas é melhor que nada. Trabalho mais de doze horas diárias na agricultura. Trabalho muito pesado e cansativo, mas, é através dele que recebo minha alimentação e moradia. No final da tarde, muito exausto, vou finalmente descansar. É assim todos os dias.
O que mais quero é mudar de vida e encontrar meus pais, hoje dia 2 de maio de 1637, se não me engano, está fazendo dois anos que não os vejo, pois fugiram para o quilombo. Era pra estarmos juntos agora, mas na fuga, fui capturado. Estou planejando uma fuga com alguns escravos, temos o dia marcado. Espero ansiosamente este dia chegar, o dia em que, se Deus quiser, ganharei a minha liberdade. Aí então vou trabalhar para o meu consumo e de minha família e não para o enriquecimento dos outros.
ALUNO: ALANY R. TORRES
SÉRIE:2º ANO “E”
Inglaterra, 28 de setembro de 1649
Estimado amigo John, sua velha amiga e pobre camponesa está à beira do caos. Já não sei por quanto tempo suportarei viver em meio à guerra civil. Participo dela, pois busco os meus bens e a justiça que pertencem a mim e a minha família. Tu bem sabes que fomos expulsos da nossa casa e do nosso pequeno terreno por causa dos cercamentos. Tal injustiça me impulsiona a lutar até o último suspiro. Minha situação é complicada: sou católica, mas tenho que ficar do lado dos calvinistas porque estes nos apoiam, ao contrário dos católicos que insistem na fidelidade ao rei. As circunstâncias me obrigam a trair minha religião. Assim como eu, outros católicos aderiram ao puritanismo. Nos encontramos para orar por tempos melhores, no entanto, os puritanos persuadiram a população com suas promessas de melhorias. Pobre, sem comida, dormindo em meio ao relento, colocamos nossas esperanças em suas mãos. Entretanto continuo com minhas convicções católicas. Tenho de renunciá-las para doar-me totalmente na guerra. Não posso omitir-me em ajudar as pessoas que aqui estão sofrendo com a peste, que são fuziladas a cada segundo. Você sabe o que é estar ao lado de pessoas à beira da morte, ouvir seus dolorosos gritos, sentir o olhar de uma mãe a perder seu filho com uma bala a abrir o crânio?! Famílias são exterminadas sem piedade. Nem velhos,, nem crianças escapam deste horrível destino. Aqui é um verdadeiro inferno: fome, frio, solidão... um pesadelo sem fim. Os puritanos querem apenas a força dos camponeses, tratam-nos como ratos, nos humilham, nos xingam. Querem ganhar a qualquer custo, e isto significa realmente qualquer custo. Baixas do lado inimigo, soldados mutilados, sangue a correr na terra. Vencemos! Melhor os puritanos ganharam. O rei foi decapitado e o parlamento assumiu o governo. Pensávamos que irámos receber nossas terras de volta, porém não recebemos. Os puritanos nos chamam de desgraçados, que vamos para o inferno porque Deus não está a nosso favor, que temos que sofrer calados. John eu perdi meu amabilíssimo esposo. Não consigo calcular o vazio que me invade. Sozinha, sem marido, sem apoio, sem lar, sem consolo, sem horizonte. Para onde vou? Meu pai teve sua vida retirada na frente de minha mamãe. Desconsolada e estigmatizada não suportou a perda, prostrou-se logo, em poucos dias adoece e me deixou sozinha. Por que tanta injustiça? Acaso blasfemei contra o sagrado? John, minha alma deseja a morte. Aquela rápida que acaba com todos os sofrimentos, arrancando esta grande espada que ultrapassou o meu peito. Passo noites em claro a refletir o que me ocorre. Deus e a tua amizade foram o que me restou. O sonho foi embora qual pássaro que voa, pois seu ninho foi queimado junto ao trigo. Estou doente. O ideal dos camponeses não foi alcançado. Entretanto sei que surgirão pessoas que como eu destinarão sua existência pelos seus objetivos. Encerro minha luta. A morte se aproxima de mim. Está chegando àquela que não me será tirada e que eu vi durante todos os dias.
De Cameron, tua amiga ao caríssimo e bondoso John.
ALUNA: VIVIANE ARAÚJO FEITOZA
SÉRIE: 2º ANO “C”
VERDUM, ABRIL DE MIL NOVECENTOS E DEZESSEIS
Querida Margareth, participar da guerra é horrível! Quase não lembro o que sentia antes de vir. As sensações que me invadem hoje são diferentes das que me invadiam quando estavas contigo.
Nos primeiros dias fui tomado pelo entusiasmo entusiasmo. Entretanto evaporou-se tal sentimento passado alguns meses sob a paisagem desoladora que me cercava: ataques, ofensivas inesperadas, soldados a caírem. Tudo isso a destruir ambos os exércitos.
Diante disso, minhas forças vão se exaurindo, levando consigo o ufanismo e a obsessão pela vitória. O que me impele a lutar é somente a sobrevivência. O que ainda me faz amar a França é você, minha família e tudo que vivi aí. Sei que se quiser voltar terei que suportar tudo mais um pouco.
A visão conturbada das batalhas cessou. Fomos obrigados a cavar trincheiras com mais de cem quilômetros de comprimento. Passamos meses obtendo dessas valas lama, insetos, excrementos humanos e corpos de companheiros em estado de putrefação nos rodeiam. Muitos são infectados e morrem ali mesmo.
Nas trincheiras as metralhadoras são tão úteis. Por isso resolveu-se utilizar mais atrocidades afim de destruir o adversário. Armas químicas surgem como a solução. Elas são lançadas dentro das trincheiras. Vi soldados morrerem se contorcendo de dor e agonia. É horrível!
Talvez aí ainda surjam cartazes com excitações por defesa da Pátria. Conversei com muitos aqui e depois do que vi sei por que estamos lutando pela ganância e por interesses particulares que levam a tantos homens a saírem de seus lares e se largarem à sorte dos enfermos.
Dizem que os alemães estão para atacar. Talvez consigamos bloqueá-los. Lutaremos! Muitos ainda lutam com vigor e fanatismo. Luto, pois aqui não tenho outra opção.
A carta poderá demorar. Quando chegar de certo as tropas alemãs já tenham atacado. De qualquer forma reze pelo fim da guerra.
Viva a França!
Joseph Louis
ALUNO: JOSÉ LUIZ ALENCAR GOMES
SÉRIE: 3º ANO "A"MOVIMENTO FARROUPILHA
Meu nome é Francisco Carvalho da Silva, sou um político liberal. Quero a independência de minha província e a formação da República Riograndense. Portanto, sou um separatista.
O império nos coage. Estou contra o governo imperial e proclamarei a sonhada República. Se o regente Feijó resistir, estou pronto para a guerra. Há uma década lutamos, as forças imperiais já foram expulsas. Nesse ínterim, fui capturado, durante um confronto na Ilha de Fanfa, no Rio Jacuí. Os meus leais soldados não se deixaram abater e sob nova liderança, do liberal Velozo, obtiveram novas vitórias. Em 1837, após fugir da prisão, finalmente assumi a presidência da República Piratini. A marcha sedenta da revolução continuava. Nosso vizinho, agora era nosso alvo. Iremos fazer dele a nossa fortaleza.
Nossos valorosos soldados conquistaram Santa Catarina e proclamaram a República Catarinense. Entretanto, no ano de 1842, o Império nomeou o Duque Silva para pôr fim ao conflito. Após três anos de batalhas, nós, farrapos resolvemos aceitar um acordo de paz proposto pelo Império. Com isso, em 1845, a rebelião foi finalizada.
Fui condenado à forca e Velozo ao exílio. O Rio Grande do Sul voltava a fazer parte da pátria amada Brasil.
ALUNO: FRANCISCO CARVALHO
SÉRIE: 3º ANO “C”
HISTÓRIA DO BRASIL:
É PRA RIR OU PRA CHORAR?
Nossa história sempre foi repleta de acontecimentos que nos deixam boquiabertos, ou melhor, envergonhados.dentre algumas histórias hilariantes, irei comentar uma delas: as leis do nosso país. Para começar, segundo a lei “somos todos iguais”. Será? Na verdade não. Não somos tratados igualmente, falamos a mesma língua, mas somos tidos como diferentes. Então, porque as pessoas com melhor poder aquisitivo não pagam seus crimes como os brasileiros que não possuem posses. Esperamos que a teoria passe, um dia, a vigorar na prática.
No tempo da colonização em que o índio e o negro foram escravizados, não havia muita chance para eles. Os índios mataram e morreram para não se submeter à exploração. Os negros foram explorados e humilhados e, ainda hoje, sofrem com formas de discriminação econômicas e sociais.
E a nossa independência? O Grito do Ipiranga foi dado pelo filho do rei de Portugal, que colonizou e explorou o Brasil por 322 anos. Fomos “libertados” e permanecemos “presos”.
Isso prova que nossa história é, realmente, cheia de fatos hilários ou angustiantes, que nos permitem perguntar:é pra rir ou pra chorar?
ALUNA: JANAÍNA BRÍGIDA DE SOUSA
SÉRIE: 3º ANO “C”
